EDITORIAL:

O processo de comunicação atual, passou a ser central e prioritário; a tendência delineada para o esse século é um crescimento cada vez mais acelerado da informatização, facilidade e rapidez para acessar informações, substituindo a tecnologia e procedimentos até então considerados suficientes.
As informações e a disponibilidade de divulgação das mesmas entre as pessoas do mundo inteiro tornou-se melhor, imediato através do uso da internet, possibilitando a aproximação não somente de pessoa a pessoa mas a troca imediata de conhecimentos, culturas além de nos manter informados dos acontecimentos que ocorrem no mundo inteiro através de textos, gravuras ou animações.
Portanto, percebe-se que a internet possibilitará divulgação dessas informações para todas as áreas de estudo incluindo aí a HISTÓRIA, com a utilização de seus recursos tanto para obter dados enriquecendo as experiências e aprendizados como também para fazer conhecido os resultados das pesquisas. Uma forma de divulgação cada vez mais utilizada é a REVISTA ELETRÔNICA.
Essa revista é direcionada aos estudantes e professores do curso de História, apostamos numa proposta didática levando em conta uma discussão contemporânea de uma história tão antiga. Assim, o conteúdo expresso neste trabalho deverá cumprir o papel de construir saberes críticos, dinâmicos e problematizadores das noções do senso comum.
Utilizamos como metodologia a consulta bibliográfica de materiais que abordassem o assunto e busca na rede de computação que mostrava as revistas acessíveis pela intenet.
Outra forma de alcançar informações é a interligação através dos links de hipertexto, onde os artigos tem várias palavras e frases "linkadas", ou seja, que remetem diretamente a outros sites na internet, que permitem ao leitor aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto tratado, no nível que desejar.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

ECONOMIA

A economia do Antigo Egito era baseada na agricultura, no entanto outras atividades como pecuária, caça, pesca, artesanato, comércio e extração mineral também foram importantes.

Agricultura


Pintura mural de um túmulo retratando trabalhadores arando os campos, a colheita das culturas e a debulha de cereais sob a direção de um supervisor.

Uma combinação de características geográficas favoráveis contribuiu para o sucesso da cultura egípcia, a mais importante das quais era o solo fértil resultante de enchentes anuais do Nilo. Os antigos egípcios foram, assim, capazes de produzir alimentos em abundância, permitindo que a população dedicasse mais tempo e recursos a atividades culturais, tecnológicas e artísticas. A gestão da terra foi crucial no Antigo Egito, porque os impostos foram avaliados com base na quantidade de terras em posse de uma pessoa. Em teoria todas as terras pertenciam ao rei, mas a propriedade privada foi uma realidade.
A agricultura no Egito foi dependente do ciclo do Rio Nilo. Os egípcios reconheceram três estações: Akhet (inundação), Peret (plantio) e Shemu (colheita). A estação chuvosa dura de julho a outubro, depositando nas margens do Nilo uma camada de lodo rico em minerais para o cultivo. Após a redução do nível do rio, a estação de plantio ia de novembro a fevereiro. Agricultores aravam a terra com arados puxados por bois e plantavam as sementes, que eram irrigadas por intermédio de sistemas de diques e canais. O Egito recebia pouca chuva, pelo que os agricultores se baseavam no Nilo para regar as culturas. De março a junho, os agricultores usavam foices para suas colheitas, que eram depois debulhadas com um mangual ou com as patas dos bois para separar a palha do grão. Os grãos eram usados para fabricar cerveja ou armazenados em sacas nos celeiros reais para posterior distribuição..Os antigos egípcios cultivaram trigo e cevada e vários outros cereais, todos usados para produção de pão, biscoitos, bolos e cerveja. O linho, arrancado antes da floração, foi cultivado para extração da fibra de seu caule. Estas fibras eram divididas juntas e eram usadas para tecer lençóis de linho e para fazer roupa. O papiro que cresce nas margens do Nilo era usado para fazer papel. Legumes e frutas foram cultivadas em hortas perto das casas em solo elevado, e tiveram de ser regadas com a mão. Uvas foram transformadas em vinho. Ainda foram plantados algodão, favas, alface, grão-de-bico, azeitonas, gergelim, pepinos, jujubas, alfarrobas, cebolas,alho-poro, tomilhos, maçãs, papoulas, alecrim, orégano, mirto,figos,tâmaras, lentilhas, feijão, melancias, melões,romã,laranjas, bananas, limões, pêssegos etc.


Criação animal

Detalhe de pintura mural no túmulo do funcionário Sennedjem (XIX dinastia), c.1 200 a.C.
Os egípcios acreditavam que uma relação equilibrada entre pessoas e animais era um elemento essencial da ordem cósmica e que, por conseguinte os animais e plantas eram membros de um todo.Animais, tanto domésticos como selvagens, foram, portanto, uma fonte essencial de espiritualidade, companheirismo, e sustento. Os bovinos foram os animais mais importantes; a administração coletava impostos sobre o gado nos censos regulares, e o tamanho de um rebanho refletia o prestígio e a importância da propriedade ou do templo que o possuía. Além do gado, os antigos egípcios apascentavam caprinos, ovinos e suínos. Aves como patos,gansos e pombos eram capturados em redes e criados em fazendas, onde eram alimentados à força com massa para engordá-los. As abelhas também foram domesticadas, pelo menos desde o Império Antigo, e forneciam tanto mel como cera. Também foram domesticados hienas e guepardos para a caça.
Os egípcios usavam burros e bois como animais de carga, e foram responsáveis por lavrar os campos e debulhar as sementes do solo. O abate de um boi gordo, era também uma parte central de um ritual de oferenda. Os cavalos foram introduzidos pelos hicsos no Segundo Período Intermediário, e o camelo, apesar de ser conhecido a partir do Império Novo, não foi usado como um animal de carga até à Época Baixa. Há também evidências que sugerem que os elefantes foram brevemente utilizados na Época Baixa, mas praticamente foram abandonados devido à falta de pastagens. Cães, gatos e macacos eram animais comuns de estimação, enquanto animais de estimação mais exóticos importados a partir do coração da África, como leões, estavam reservados para a realeza. Heródoto observou que os egípcios foram os únicos a manter seus animais com eles em suas casas. Durante o período pré-dinástico e nos períodos posteriores, o culto dos deuses em sua forma animal era extremamente popular, como a deusa gato Baster e o deus íbis Thoth, e esse animais foram criados em grande número nas fazendas a fim de serem sacrificados.
Os egípcios foram muito ativos nas suas tentativas de domesticação de animais (...). Chegavam a experimentar hienas, antílopes, gruas e pelicanos! O gado maior - bois, asnos, (...) - servia em primeiro lugar para puxar o arado, para separar os grãos da palha e para o transporte. O cavalo era usado para puxar carros, e não montado. Vacas e bois eram usados também para a alimentação (carne, leite) e sacrificados aos deuses. (...) O gado menor compreendia ovelhas, cabras e porcos. (...) - Ciro Flamarion S. Cardoso. O Egito Antigo. São Paulo, Brasiliense, 1986.

Caça e pesca

Os egípcios caçavam lebres, antílopes, hipopótamos e crocodilos. O Nilo proporcionou uma fonte abundante de peixes, onde eles pescavam carpa, pescada e tilápia.
A agricultura e a criação eram complementadas pela pesca (...), praticada no Nilo, nos pântanos e nos canais com rede, anzol, nassa e arpão. Boa parte dos peixes era secado ao sol. Também a caça era praticada no deserto e nos pântanos, usando-se para tal o cão, o arco e o laço, e capturando-se aves selvagens com redes. -Ciro Flamarion S. Cardoso. O Egito Antigo. São Paulo, Brasiliense, 1986.

Artesanato

Jóias, tecidos, móveis, armas, perfumes, objetos decorativos, estátuas votivas e reais, objetos de uso doméstico, etc. são alguns dos exemplos de produtos fabricados. As matérias-primas empregadas for argila, pedras, marfim, madeira e metais.


A atividade artesanal desenvolvia-se, em primeiro lugar, em função das matérias-primas fornecidas pelo rio e pelas atividades agrícolas e de coleta: fabricação de tijolos e de vasilhame com argila úmida do Nilo, recolhida logo depois da inundação; fabricação de pão e da cerveja de cereais; produção de vinho de uva e de tâmara; fiação e tecelagem do linho; indústrias de couro; utilização do papiro e da madeira para produções diversas (material para escrever, cordas, redes, embarcações, móveis, portas etc).
(...) O artesanato egípcio organizava-se em dois níveis. Nas proximidades rurais e nas aldeias existiam oficinas que produziam tecidos grosseiros, vasilhas utilitárias, tijolos, artigos de couro, produtos alimentícios (pão, cerveja) etc. Já o artesanato de luxo, de alta especialização e qualidade excepcional - ourivesaria, metalurgia, fabricação de vasos de pedra dura ou alabastro, faiança, móveis, tecidos finos, barcos, pintura e escultura etc., concentrava-se em oficinas mais importantes, pertencentes aos reis e aos templos. (...) -Ciro Flamarion S. Cardoso. O Egito Antigo. São Paulo, Brasiliense, 1986.

Mineração

O Egito é rico em pedras de decoração e construção, cobre e minérios de chumbo, ouro e pedras semipreciosas. Estes recursos naturais permitiram aos egípcios construir monumentos, esculpir estátuas, fazer ferramentas e jóias. Os embalsamadores utilizavam sais de Wadi El Natrum (natrão) para mumificação, que também proporcionou a gipsita necessária para fazer gesso. Formações rochosas de minérios foram encontradas a distância, em barrancos inóspitos do Deserto Oriental e no Sinai, exigindo grandes expedições controladas pelo Estado para obter os recursos naturais ali encontrados. Havia extensas minas de ouro na Núbia, e um dos primeiros mapas conhecidos é de uma mina de ouro na região. Wadi Hammamat foi uma notável fonte de granito, grau vaque e ouro. Sílex foi o primeiro mineral coletado e usado para fazer ferramentas e machadinhas de pedra e as primeiras evidências de habitação no Vale do Nilo. Nódulos do mineral eram cuidadosamente lascados para fazer lâminas e pontas de flechas, mesmo depois do cobre ser usado para essa finalidade.
Os egípcios trabalharam em depósitos de minério de chumbo e galena em Gebel Rosas para fazer chumbo líquido, prumo e pequenas figuras. O cobre foi o material mais importante para a fabricação de ferramentas no Antigo Egito e foi fundido em fornos de minério de mala quita e turquesa extraída do Sinai. Trabalhadores coletaram através da lavagem de ouro, pepitas de sedimentos em depósitos aluviais, ou pelo processo mais trabalhoso de moagem e lavagem de quartzito de ouro. Depósitos de ferro encontrados no norte do Egito, foram utilizados na Época Baixa. Pedras de construção de alta qualidade eram abundantes no Egito; os antigos egípcios conseguiram calcário ao longo do Vale do Nilo, granito de Assuão,basalto e arenito dos barrancos do Deserto Oriental. Depósitos de pedras decorativas, tais como pórfiro, quartzo, feldspato verde, ágata ,grau vaque, alabastro e cornalina dos desertos oriental e ocidental foram coletadas antes mesmo da primeira dinastia. Nos período ptolomaico e romano, os mineiros trabalharam em jazidas de esmeraldas de Wadi Sikait e ametista em Wadi el-Hudi.



Comércio


 Grande parte da economia estava organizada a nível central estritamente controlado. Embora os antigos egípcios não utilizassem moedas até a Época Baixa, eles fizeram uso de um sistema de troca monetária, com sacas de grãos como o valor padrão e o deben, um peso de cerca de 91 gramas (3 oz) de cobre ou prata, formando um denominador comum. Os trabalhadores foram pagos com grãos; um simples operário podia ganhar 5½ sacas (250 kg ou 400 lb) de grãos por mês, enquanto um capataz podia ganhar 7½ sacas (250 kg ou 550 lb). Os preços foram fixados em todo o país e registrados em listas para facilitar a negociação; por exemplo, uma camisa custa cinco deben de cobre, enquanto uma vaca custa 140 deben. Grãos podiam ser trocados por outras mercadorias, de acordo com a lista de preço fixo. Durante o século V a.C. o dinheiro foi introduzido no Egito por estrangeiros. As primeiras moedas eram usadas como peças padronizadas de metais preciosos e não como dinheiro propriamente dito, mas nos séculos seguintes trocas internacionais passaram a depender das moedas.
Os antigos egípcios estiveram envolvidos no comércio com os povos vizinhos para obter mercadorias raras e exóticas não encontradas no Egito. No período pré-dinástico, estabeleceram o comércio com a Núbia para a obtenção de ouro,plumas de avestruz, peles de leopardo, incenso e marfim. Eles também estabeleceram o comércio com a Palestina, como evidenciado por jarros de óleos de estilo palestino encontrados nas sepulturas dos faraós da primeira dinastia. Uma colônia egípcia fundada no sul de Canaã data para pouco antes da primeira dinastia. Narmer havia produzido cerâmica egípcia em Canaã e exportou de volta para o Egito.
Em meados da segunda dinastia, o comércio do Antigo Egito com Biblos rendeu um intenso comércio de madeira de boa qualidade não encontrada no Egito. Pela quinta dinastia, o comércio com Punt abasteceu o Egito com ouro, resinas aromáticas, ébano, marfim e animais silvestres, como macacos e babuínos. O Egito realizou comércio com a Anatólia para adquirir quantidades essenciais de estanho bem como para o fornecimento suplementar de cobre, dois metais que são necessários para a fabricação de bronze. Os antigos egípcios valorizaram a pedra azul lápis-lazúli, que tinha de ser importada do Afeganistão. Os parceiros do Egito no comércio Mediterrâneo também incluem Creta e a Grécia, que forneciam, entre outras mercadorias, suprimentos de azeite. Em troca de suas importações de luxo e de matérias-primas, o Egito exportava principalmente grãos, ouro, linho e papiro, além de outros produtos acabados, incluindo objetos de vidro e pedra.




SAÚDE

O paciente entra na sala do médico e se queixa de dor de cabeça. Sai de lá aliviado, com a promessa de que seu mal terá fim. Para isso, garante-lhe o especialista, há uma receita infalível: beber, três vezes ao dia, a mistura de gordura de crocodilo, sêmen e fezes dissolvidas em urina. Consultas como essa eram comuns no Antigo Egito, em que a prosaica beberagem era, de fato, tão popular quanto os comprimidos de analgésicos, hoje em dia. Em diversos papiros, são citados medicamentos com ingredientes ainda mais estranhos do que os dessa prescrição contra dores de cabeça. Não que, ao longo da História outras culturas não tenham criado remédios igualmente esquisitos. Mas, sem sombra de dúvida, os relatos da terra dos faraós são os mais antigos e ricos nesse sentido. Foi nos tempos em que se erguiam as pirâmides, também, mais de um milênio antes de Cristo, que a Medicina começou a se organizar. E, nesse sentido, poucas pessoas conhecem a importância dos antigos egípcios. 





Costuma-se considerar a civilização do Antigo Egito um exemplo de morbidez, como se ali só se pensasse na morte e na vida além-túmulo, sem dar importância para a saúde neste mundo. Mas, na verdade, os antigos egípcios nada tinham de mórbidos. Eles simplesmente acreditavam que a vida depois da morte era tão real e concreta quanto a terrena. E, esclareça-se, estudaram o tratamento de doenças como poucos povos contemporâneos. O médico no Antigo Egito era chamado de sunu, palavra equivalente a doutor. Só que, na realidade, os sunus se dividiam em três grupos de terapeutas. Existiam, em primeiro lugar, os sacerdotes da terrível deusa Sekhmet, acusada de ser a principal causadora de todos os males. O papel desses homens, que mantinham um bom relacionamento com a deusa, era aproveitar esse poder de influência para induzi-la a não punir determinada pessoa com doenças.
Com esses sacerdotes, conviviam os magos, que tinham uma visão ligeiramente diferente do assunto. Para eles, a doença não era um simples castigo da deusa e, sim, a influência de um bando de maus espíritos — os quais, claro, eles tentavam exorcizar. Finalmente, a terceira categoria era a dos sunus, propriamente ditos, pessoas que recebiam instrução médica na chamada Per Ankh, que significa Casa da Vida. Era a faculdade de medicina da época, onde se podia aprender todos os princípios conhecidos sobre o funcionamento do organismo humano. Esses sunus, por sua vez, trabalhavam junto com os uts, como eram chamados os auxiliares de médicos — os primeiros enfermeiros de que se tem notícia.
Na prática, porém, todo sunu era também sacerdote da deusa ou mago à caça de maus espíritos. E essa combinação não bastava: pelos documentos que chegaram até os dias atuais, deduz-se que a maioria dos médicos ou sunus exercia paralelamente outras funções, como a de administrador, arquiteto ou escriba. Quer dizer, poucos arriscavam viver exclusivamente da medicina. Mesmo assim, quando o historiador grego Heródoto visitou o Egito, no século V a.C., espantou-se não apenas com o número de médicos, mas com o seu complexo grau de especialização.


Enquanto, na Grécia Antiga, o médico perambulava de cidade em cidade, demonstrando em praça pública os seus conhecimentos, os médicos egípcios eram devidamente organizados e, geralmente, atendiam em endereço fixo. Ou seja, tinham consultórios, como manda o figurino moderno. O curioso é que o médico no Antigo Egito se especializava em alguma área do corpo humano, mal começava os estudos. E isso é exatamente o oposto da tendência apontada no decorrer da história dos mais diferentes povos. Normalmente, o estudante de Medicina adquire primeiro um conhecimento generalista sobre os organismos vivos e só depois opta por alguma especialidade. Os egípcios, nesse aspecto, foram exceção.
O mais antigo médico egípcio conhecido foi Hesy-Ra, que viveu por volta do ano 3000 a.C. e só cuidava de dentes. No entanto, sabe-se por documentos que Hesy-Ra tinha colegas que se dedicavam exclusivamente ao nariz, ao ânus, aos olhos e ao abdome. Deduz-se, desse modo, que a medicina tenha surgido no Antigo como uma constelação de especialidades muito distintas e que essas, com o passar do tempo, acabaram se reunindo. Ao desvendar a anatomia e mostrar as relações entre as estruturas do corpo, a mumificação deve ter contribuído para essa unificação.
Contudo, fique claro, a prática da mumificação rendeu conhecimentos anatômicos que nada têm a ver com as informações científicas de hoje em dia. O coração, é verdade, parece ter recebido um merecido destaque como centro da vida. No entanto, as demais vísceras eram desprezadas, na hora de fazer a múmia. Esta seguia para o outro mundo sem cérebro, por exemplo. Porque, segundo os antigos egípcios, a massa cinzenta, situada na cabeça, não iria fazer a menor falta. 


De seu lado, os vasos sangüíneos, chamados de mutus, eram considerados importantíssimos. Talvez, porque fizessem parte do mesmo sistema do coração. Daí que apalpar os pulsos era a principal técnica usada para examinar a quantas andava a saúde de uma pessoa. A medicina do Antigo Egito dava prioridade aos movimentos de fluidos e compostos vitais pelas veias e artérias. Alguns estudiosos suspeitam que essa concepção sobre a fisiologia humana tenha sido resultado direto da influência do Rio Nilo nessa civilização.
Os papiros egípcios também relatam várias doenças. Os médicos se impressionavam, por exemplo, com a possibilidade de o sangue coagular e de as artérias endurecerem, nos casos de aterosclerose. O ânus recebia igualmente um tratamento especial: tanto assim que todo faraó tinha um médico exclusivo para cuidar do seu — os vermes provocavam pânico. Como eram encontrados freqüentemente nas múmias, os egípcios acreditavam que esses micróbios eram legítimos mensageiros da morte. Além disso, quando apareciam, muitas vezes eram o anúncio de diarréias fatais. Quanto às cirurgias, há diversas referências, inclusive gravuras de casos de circuncisão — aliás, não se sabe o motivo, só os sacerdotes e nobres podiam se submeter a essa operação.
Como os demais povos da Antigüidade, os egípcios não tinham idéias precisas sobre os mecanismos da fecundação. Acreditavam que só o esperma tinha o poder de gerar e a tarefa feminina seria a de uma espécie de receptáculo. O teste de gravidez era à base da urina da mulher: a paciente urinava sobre um punhado de cereais; se, dali a alguns dias, eles crescessem, era sinal de que estava grávida. Ao menos, de acordo com os médicos egípcios. Quanto aos remédios, eles acreditavam que o organismo era capaz de produzir, ele próprio, os mais potentes medicamentos. Daí a mistura para dor de cabeça. O fato é que quase todos os povos receberam influência dessa medicina e copiavam suas receitas, por mais estranhas que fossem.

Referência bibliográfica: Revista superinteressante.

ARTES e ESPETÁCULOS

As artes no Egito Antigo estavam muito relacionadas com a vida religiosa. A maioria das estátuas, pinturas, monumentos e obras arquitetônicas estavam ligados, direta ou indiretamente, aos temas religiosos.

EGITO - A ARTE DA IMORTALIDADE

Começou a formar-se há mais ou menos quatro mil anos antes de Cristo, nas proximidades do Rio Nilo. O rio, um verdadeiro oásis no deserto, foi essencial para a concentração de uma população mesclada entre mediterrâneos, asiáticos e africanos, que, principalmente a partir de 3300 a.C., tinham na agricultura e no pastoreio suas principais atividades, guiadas pelas cheias do Nilo.

                             Foto: Rio Nilo

Após a unificação do norte e sul, por volta de 3000 a.C., o Egito foi se desenvolvendo cada vez mais. A escrita dava seus primeiros passos, bem como as técnicas sobre metais (em especial os mais moles como o ouro e o cobre), a tecelagem e a cerâmica.
KA  espírito imortal do faraó; força vital. Acreditava-se que o faraó era como um deus sobre a terra.
EMBALSAMENTO  receptáculo durável para o espírito. Etapas: extração do cérebro do cadáver pelas narinas, com um gancho de metal. Imerso em salmoura, permanecia lá por 2 meses. Enrugado, era envolto com ataduras e depois levado ao caixão e finalmente ao sarcófago de pedra. O clima seco e a ausência de bactérias na areia e no ar ajudavam a manter o corpo.

Foto: Múmia de Nefertiti, esposa do faraó Akhenaton
TUMBAS: Conhecemos como era a civilização pelas tumbas, pois depositavam todos os bens terrenos para que usassem na eternidade. Essas enormes construções geométricas de pesadas pedras, simbolizando profunda solidez e força, eram construídas para abrigarem, em seu centro, a múmia do faraó. Possuíam, além da própria câmara funerária, normalmente repleta de tesouros, várias câmaras decoradas com imagens e fórmulas mágicas. Talvez as mais conhecidas tumbas sejam as pirâmides de Quéops, Quefren e Miquerinos, perto de Mênfis, então capital do Império.


ARTE EGÍPCIA
A principal preocupação da arte egípcia era a de garantir uma vida eterna confortável para seus soberanos, faraós  ou reis se assim podemos dizer, considerados deuses.
A arte pretendia ser útil, não se falava em peças ou em obras belas, e sim em eficazes ou eficientes. O intercâmbio cultural e a novidade nunca foram considerados como algo importante por si mesmos. Assim, as convenções e o estilo representativo da arte egípcia, estabelecidos desde o primeiro momento, continuaram através dos tempos. Sua intenção fundamental, sem dúvida, não foi a de criar uma imagem real das coisas tal como apareciam, mas sim captar para a eternidade a essência do objeto, da pessoa ou do animal representado.

Foto: Ísis: perceba a cor ocre que caracteriza a figura feminina.

PINTURA EGÍPSIA

Grande parte das pinturas eram feitas nas paredes das pirâmides. Estas obras retratavam a vida dos faraós, as ações dos deuses, a vida após a morte entre outros temas da vida religiosa. Estes desenhos eram feitos de maneira que as figuras eram mostradas de perfil. Os egípcios não trabalhavam com a técnica da perspectiva das imagens. Os desenhos eram acompanhados de textos, feitos em escrita hieroglífica, as palavras e expressões eram representadas por desenhos. As tintas eram obtidas na natureza, pó de minérios e  substâncias orgânicas.
As pinturas e os hieróglifos nas paredes das tumbas eram uma forma de registro da vida e atividades diárias do falecido, nos mínimos detalhes. Eram feitos em forma de painéis e divididos por linhas com hieróglifos. O tamanho da figura indica sua posição: faraós representados como gigantes, e servos quase como pigmeus. O homem era pintado em vermelho, a mulher em ocre.
AS CORES
A arte egípcia, à semelhança da arte grega, apreciava muito as cores. As estátuas, o interior dos templos e dos túmulos eram profusamente coloridos. Porém, a passagem do tempo fez com que se perdessem as cores originais que cobriam as superfícies dos objetos e das estruturas.
As cores não cumpriam apenas a sua função primária decorativa, mas encontravam-se carregadas de simbolismo, que se descreve de seguida:
Preto (kem): era obtido a partir do carvão de madeira ou de pirolusite, óxido de manganésio do deserto do Sinai. Estava associado à noite e à morte, mas também poderia representar a fertilidade e a regeneração. Este último aspecto encontra-se relacionado com as inundações anuais do Nilo, que trazia uma terra que fertilizava o solo, por esta razão, os Egípcios chamavam Khemet, A Negra, à sua terra. Na arte o preto era utilizado nas sobrancelhas, perucas, olhos e bocas. O deus Osíris era muitas vezes representado com a pele negra, assim como a rainha deificada Ahmés-Nefertari.
Branco (hedj): obtido a partir da cal ou do gesso, era a cor da pureza e da verdade. Como tal era utilizado artísticamente nas vestes dos sacerdotes e nos objetos rituais. As casas, as flores e os templos eram também pintados a branco.
Vermelho (decher): obtido a partir de ocres. O seu significado era ambivalente: por um lado representava a energia, o poder e a sexualidade, por outro lado estava associado ao maléfico deus Set, cujos olhos e cabelo eram pintados a vermelho, bem como ao deserto, local que os Egípcios evitavam. Era a vermelho que se pintava a pele dos homens.
Amarelo (ketj): para criarem o amarelo, os Egípcios recorriam ao óxido de ferro hidratado (limonite). Dado que o sol e o ouro eram amarelos, os Egípcios associaram esta cor à eternidade. As estátuas dos deuses eram feitas a ouro, assim como os objetos funerários do faraó, como as máscaras.
Verde (uadj): era produzido a partir da malaquite do Sinai. Simboliza a regeneração e a vida; a pele do deus Osíris poderia ser também pintada a verde.
Azul (khesebedj): obtido a partir da azurite (carbonato de cobre) ou recorrendo-se ao óxido de cobalto. Estava associado ao rio Nilo e ao céu. preto

Algumas pinturas referiam-se à vida egípcia, como caçadas, pescas e o cultivo da terra, além de mostrar os animais característicos da região, revelando grande poder de observação. Um dado interessante nas pinturas era a extrema importância dada ao colorido.

HIEROGLIFO: símbolos, como uma língua egípcia que, ao invés de letras, são desenhos, escrita mais refinada egípcia utilizada nos monumentos, com sinais da flora e fauna do país.

 Foto: Hieróglifos em alto relevo

Outras características importantes das representações humanas egípcias também já aparecem nessa época, seguindo aLei da Frontalidade:
·         Cabeças e pés vistos de perfil;
·         Olhos mostrados frontalmente;
·         Metade superior dos ombros e tronco de frente;
·         Braços e pernas apresentados por inteiro, de perfil.


A respeito dessas representações contorcidas, elas eram realizadas, por exemplo, a partir dos ângulos que melhor representassem determinada parte do corpo. Assim, a cabeça, braços e pernas são mais facilmente vistos de lado, os pés, melhor vistos de dentro, preferiam o contorno partindo do dedão, o que muitas vezes dava a impressão de dois pés esquerdos. Os olhos, por sua vez, de frente são mais expressivos, bem como a metade superior do tronco, mais nítidas se observadas de frente.
ESCULTURAS ou ESTÁTUAS: Nas tumbas de diversos faraós foram encontradas diversas esculturas do ouro. Os artistas egípcios conheciam muito bem as técnicas de trabalho artístico em ouro. Faziam estatuetas representando deuses e deusas da religião politeísta egípcia. O ouro também era utilizado para fazer máscaras mortuárias que serviam de proteção para o rosto da múmia. Eram consideradas a morada alternativa do ka, em caso do corpo mumificado se deteriorar e não poder hospedá-lo. Feitas para durar eternamente, o material usado era granito ou diorito. Sentadas ou em pé, com poucas partes protuberantes, suas poses eram quase sempre frontais e braços perto do dorso.



A pedra calcária e a madeira eram os principais materiais que as esculturas dessa época eram realizadas. Esculturas em relevo também eram muito comuns. A escultura em relevo servia a dois propósitos fundamentais: glorificar o faraó, feita nos muros dos templos e preparar o espírito em seu caminho até a eternidade, feita nas tumbas.
ARQUITETURA EGÍPCIA

Os egípcios desenvolveram vários conhecimentos matemáticos. Com isso, conseguiram erguer obras que sobrevivem até os dias de hoje. Templos, palácios e pirâmides foram construídos em homenagem aos deuses e aos faraós. Eram grandiosos e imponentes, pois deviam mostrar todo poder do faraó. Eram construídos com blocos de pedra, utilizando-se mão-de-obra escrava para o trabalho pesado. 

A esfinge, com corpo de leão, cabeça e busto de mulher, com 19,8 metros de altura, também dessa época, já demonstra o gosto egípcio por esculturas em larga escala.

Akenaton  faraó reformador radical e artista que proporcionou um afrouxamento temporário das convenções artísticas fizeram uma representação naturalística de sua esposa, Nefertiti.
Ao invés dos vários deuses que sempre governaram a vida egípcia, tentou instituir o culto a um único deus: Aton, que deveria ser representado como um sol. Mudou seu nome para Akhenaton. A arte dessa época, que até então mantinha-se fiel às tradições do passado, foi bastante modificada. Tornou-se menos pesada e mais descritiva.
As representações dos faraós, que mantinham-se praticamente inalteradas desde o começo da história do país, agora eram realizadas de uma maneira menos formal e solene, em poses mais relaxadas. O busto “Rainha Nefertiti“ possui uma graça e fluidez jamais vista na arte egípcia. Após sua morte, o reinado de seu filho Tutancâmon logo restabeleceu as antigas crenças.

Tutankamon, ao morrer aos 19 anos, deixou o maior legado egípcio: sua tumba foi a mais intacta já achada pelos arqueólogos; dentro havia carruagens, camas dobráveis e objetos, tudo feito de ouro. Sua máscara escondia mais 3 camadas de madeira, e depois, a própria múmia.



Após o reinado de Ramsés II (aproximadamente 1200 a.C.), o Egito entra cada vez mais em decadência. Os persas, o exército de Alexandre Magno e posteriormente os romanos acabaram por dominar definitivamente o Egito, que nunca mais teve um período de apogeu tão grande quanto o verificado nessa época histórica.
A MÚSICA EGÍPCIA
A civilização egípcia é uma das mais antigas do mundo. Nas escavações arqueológicas, realizadas em templo, pirâmides e tumbas, foram encontrados baixos-relevos, murais, mosaicos, textos e objetos que atestam atividades musicais de caráter religioso, militar e social, bem como a existência de instrumentos de música, muitos séculos antes da era cristã.
INSTRUMENTOS DE PERCUSSÃO:
CROTALO - consistindo de duas lâminas de madeira ou osso, ligadas parcialmente. Batia-se uma contra a outra, às vezes aos pares - isto é, um crotalo em cada mão. Para fins militares, os crotalos eram feitos de metal.
TAMBORES - de madeira ou de barro cozido, de diversas formas e tamanho. Os instrumentos de sopro, ao que parece, foram tocados somente por mulheres, existiam SAIBIT (flauta simples) e MAIT (flauta dupla), com e sem palhetas. A flauta horizontal (tocada de frente) chamava-se MEME, a transversal SEBI.
INSTRUMENTOS DE CORDAS:
CÍTARA - de origem assíria; sobre uma armação estendem-se duas séries de cordas (5 a 18) tangidas por plectro.
HARPA - originária da Suméria, onde já existiu 3.000 anos A.C.; de diversas formas, pequenas com 3-4 cordas e grandes com 8-20 cordas.
TRÍGONO - harpa portátil de poucas cordas
É provável que a música egípcia se baseasse na escala pentatônica (do grego 5 tons), correspondente aos 5 primeiros graus da nossa escala maior. Dos conjuntos musicais também faziam parte algumas pessoas que somente batiam palmas. No segundo século A.C., surge em Alexandria - a mais adiantada das cidades da época - o órgão hidráulico, inventado pelo célebre Ctesíbio. O mecanismo do instrumento compreendia um jogo de tubos, alavancas ou teclas, destinadas a abrir e fechar as passagens de ar e um pistão, também por alavanca. Parte do mecanismo mergulhava em água para manter a pressão do ar e sua penetração contínua nos tubos.
A LITERATURA NO EGITO
O estudo da literatura do Antigo Egito é relativamente recente quando comparado ao estudo da literatura produzida na Grécia Antiga e em Roma. Esta situação deve-se ao fato de que o conhecimento da antiga língua dos Egípcios só ter sido alcançado em 1822, quando Jean-François Champollion decifrou os hieróglifos egípcios.
A literatura produzida pelos egípcios foi fixada em vários materiais, como ostracas (pequenos pedaços de pedra) e em papiro. Freqüentemente os textos literários que se conhecem hoje em dia resultam da junção de vários excertos que se encontravam dispersos. Os investigadores têm a este respeito dificuldades, que são agravadas quando algumas passagens são de difícil interpretação.
De uma forma geral, as obras eram anônimas, exceto as que pretendiam transmitir algum tipo de ensinamento; neste último caso estavam associadas ao nome de alguma personalidade, como um escriba, vizir ou até mesmo faraó, não sendo possível determinar a autenticidade do alegado autor. O anonimato talvez possa ser explicado em parte devido à existência de uma forte tradição oral; assim, quando alguém fixava uma história por escrito, esse alguém estaria a fixar algo que já fazia parte do patrimônio comum, por ter sido passado de geração em geração.
A ideia de gêneros literários claramente definidos (romance, conto, poesia...) é por vezes de difícil aplicação, pois um mesmo texto pode misturar vários elementos. É possível encontrar uma narrativa na qual a dado momento uma personagem realiza um hino a um deus, orientando o discurso do campo descritivo para o poético.
Referencias Bibliográfica deste Texto:
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_do_Egito