A Autora, em seu texto, relata que na tentativa do homem manter viva a sua cultura,
seus costumes e seus hábitos eram transmitidos pelos mais velhos através de contos, e que quando morriam os mais velhos, dados irrecuperáveis se apagavam juntos com eles. A História Humana se passa em duas fases: a primeira antes da escrita e a segunda depois da escrita. Sem a escrita não haveria História. A memória de um povo se dá através de documentos, vestígios, fatos históricos, datas e arquivos, não cabendo apenas em narrativas orais. Por outro lado, as experiências surgidas com a escrita, gerava desconfiança quanto ao entendimento das mensagens, além da revelação fazia-se necessário também decifrar o que se estava lendo. A organização da cultura escrita se faz sobre o conhecimento objetivo dos fatos o que acontece também, em relação aos textos que falam por si mesmos. Mas cabe ao aluno descobrir o que o autor quer dizer. A escola estuda a língua como fenômeno estático, não abre espaço para a diversidade de interpretações, ler equivale a compreender o que foi relatado, o aluno, nada vale, não tem controle sobre o texto. Num livro e na escola é difícil e incômodo consultar dois ou mais trechos de páginas diferentes ao mesmo tempo. A escola limita a possibilidade de penetrar na experiência do outro. Já na rede pela qual nos movimentamos, diz Andrea, não há horizonte nem ponto final, tudo é velocidade e em tempo real. O megatexto é produzido pela inteligência coletiva, e é também, além de uma nova forma de comunicação da sociedade informático-mediática, nova forma de ler, escrever, pensar e aprender. O hipertexto é algo que está além do texto, suas partes podem ser agrupadas e reagrupadas pelo leitor cibernético, não existe um único autor, ele é uma reunião de vozes e olhares diferentes para construção coletiva de pensamento. Podemos alterá-lo a qualquer momento. Ao citá-lo, a Doutora em Educação, PUC_RJ, explica que o hipertexto está relacionado com nova forma de organização do conhecimento, nele cada link abre novas mensagens que levam a outros links. O texto não é algo palpável mais feito de bites. A tecnologia da dominação é mais conhecida pelo dominado. A experiência do outro é fundamental para a produção do saber coletivo. A cultura digital, segunda a pesquisadora, é uma sala de aula aberta, onde todos participam e o educador/professor assume o papel de mediador entre o diálogo e a criação de condições para que todas as vozes sejam ouvidas e cresçam juntas.
RAMAL, Andrea Cecília. Ler e escrever na cultura digital. Porto Alegre (RS): Revista Pátio, ano 4, no 14, agosto-outubro 2000, p.21-24.
Postado por: Alvaro Tadeu Mota Mascarenhas
Polo: Mundo Novo
Grupo: G 26
Matrícula: 201120121
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Matrícula: 201120121